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segunda-feira, 4 de julho de 2016

Vamos falar sobre escolhas e sobre a geração Y.

Cada escolha tem sua renúncia... 


É preciso estar disposta em pagar o preço. Eu estava disposta a pagar o preço de ficar em casa, era uma vontade louca e ardente no meu coração, mas não foi sempre assim. E vou te contar como.

Eu era dessas mulheres que defendiam que mulher tinha que trabalhar e ter seu próprio sustento, bebes ficariam em creches, porque não? Eram apenas bebes!
Minha maior preocupação era quando Alice completasse seus 5 ou 6 anos, então eu tinha muito tempo. Planejei tudo, a concepção, a gestação e os primeiros anos de vida da Alice; como se fosse assim, um projeto concreto, uma planilha no excel. 
Paguei esse preço de apostar que trabalhar fora era o melhor dos meus projetos. Mas senti na pele que aquele não era o meu desejo ardente. E porque falo tanto de desejo ardente? É preciso estar em plena sintonia com o coração e a mente. Continuar trabalhando era desejo da minha mente ainda não transformada mas meu coração me pedia mais e mais. Meu coração parecia gritar dentro de mim, mas como deixar tudo pra trás? Como deixar de ser cargo x para ser mãe? Apenas Mãe. (Olha quanto pré conceito).
Por que a sociedade nos impôs isso e eu geração Y não estava de fora dessas imposições, era algo tao fixo na minha mente que não aceitava a imagem de deixar tudo pra trás. Foi um longo processo... Porque o ter era muito importante! Ter e ser! 

Geração Y, também chamada geração do milênio ou geração da Internet[1] , é um conceito em Sociologia que se refere, segundo alguns autores, como Don Tapscott, à corte dos nascidos após 1980 e, segundo outros, de meados da década de 1970 até meados da década de 1990

Foi preciso me conhecer primeiro, para que pudesse tomar as decisões necessárias, fui buscar respostas para aquela inquietação, respostas para a insatisfação que gritava dentro de mim, tinha dificuldades em aceitar ordens, em aceitar novos lideres... nada mais fazia sentido. Por que bater o cartão de ponto não estava relacionado com o pagar contas, era muito mais, era sobre prazer, orgulho, brilho nos olhos. Era sobre ter e ser mas precisava fazer sentido, eu precisava acreditar de coração e precisava que todo mundo estivesse bem, pai, mãe e filha.

Terapia! Terapia! E terapia! Foi quando me conheci de verdade. ( Recomendo) 

Eu entendi que não podia trabalhar e ser feliz, sabendo que a minha filha ficava longe mim, não podia ser feliz sacrificando o que ela tinha de mais importante que era a infância dela. Eu tive a minha ( Gratidão, pai, mão, vó , tias) e ela estava perdendo a dela. Enclausurada numa creche, cheio de crianças e muitas das vezes, senão a maioria, a deixei chorando la, implorando com o olhar:
- Não me deixe!

Ser mamãe ser geração Y não deve ser fácil pra ninguém, temos tantas ambições, tantos desejos e planos, mas temos uma necessidade de resgatar valores, que sejam familiares, alimentares, etc. Somos ágeis, ligadas no 220 como dizem, eu pelo menos. Fazemos mil coisas ao mesmo tempo, é natural para nossa geração. Mas um bebe é apenas um bebe... Para ele importa apenas sermos mães.

É preciso equilibrar esses desejos dentro de nós mesmas. É preciso ter bom senso e seguir o coração. As coisas precisam fluir com naturalidade, precisa ser prazeroso e que traga ganhos para todos os envolvidos, todos da família. 

Uma renomada escritora me disse uma vez: 
Faça o que o seu coração e o seu bom senso mandam. Sempre é tempo de retomar a carreira! Pense em sua família. E SEM CULPA! bj

Foi depois desse dia que vi a luz no fim do túnel.




Deixei 9 anos de trabalho tradicional  para viver plenamente a vida de mãe. Desisti de algumas coisas coisas e adiei outras. 
Ser mãe é maior e mais difícil das profissões, é do lar que sairá um novo medico, uma nova cientista, um novo padre, uma nova freira... Essa tarefa de mãe é tão complexa e importante que sinto vergonha dos meus pré conceitos, das conclusões tão infundadas que tive.
Continuo desejando bens materiais, viagens, carros, mas hoje desejo muito mais uma viagem que um cargo, desejo fé ao invés de títulos, paz ao invés de desespero.  

Não faz sentido algum trabalhar com algo que me deixe livre mas que eu ainda precise ocupar uma outra mamãe 8 horas por dia. Precisa fazer esse sentido sabe, liberdade para mim e para todas as outras mamães. E ser do Lar é uma função muito empreendedora, continuo vendendo artigos de beleza, aprendi crochê, aprendi tricô, desapeguei de inúmeras coisas que não precisava mais e isso virou renda. Quando dizem que Deus providencia, acredite!!! Eu continuo tendo meu dinheiro e realizando minhas vontades, mas consegui deixar minha filha ser criança! 

Hoje coração e mente estão em sintonia. Então, se você esta sofrendo é porque algo precisa ser mudado, encontre seu desejo ardente! Faça algo que tenha sentido para VOCÊ, tudo é possível para quem deseja verdadeiramente. Faça escolhas sabendo que haverá sempre uma renúncia, mas ela pode ser apenas temporária. E se não for temporária, mesmo assim não tenha medo! 




                                                                      E não tenha pressa.

Beijos, Janaina Murgi - Mãe Sem Pressa. 





No sim existe um não
No céu existe um chão
Vencer também traz perdas
Aceito os meios para alcançar o fim

Trecho da Musica Duras Pedras - Sandy Leah



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