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terça-feira, 12 de julho de 2016

Ela


Alice...
Ela veio modificar tudo em mim. Trazer respostas e sentido para a minha vida. Foi preciso deixá-la preencher toda a minha vida para que eu pudesse me aproximar mais de Deus.  E foi somente quando a deixei ocupar toda a minha vida é que eu a conheci de verdade. Conheci sua personalidade, suas heranças genéticas e suas renovações.
Alice é doce, mas ao mesmo tempo é autoritária, lidera e questiona a todos. Brinca sozinha e em grupo, faz com que todos prestem atenção no que fala. Ainda sim, consegue ser ácida quando quer.
Ela cumprimenta os vizinhos, faz novos amigos no ônibus, dá bom dia ao porteiro, ao motorista, ao gari... Tudo assim, simples. Ela é livre. Eu tive de me acostumar, pois eu estava sempre fechada aos outros, proteção ou medo não sei. 
Aprendi a parar na praça para ver pombos, as árvores, a formiga... Aprendi a sorrir aos outros que não conheço, perguntar o nome das pessoas, contar nossas histórias para alguém que acabei de conhecer.
Ela é feminina, gosta de perfume, batom, vestidos, bolsa. Isso veio de fabrica, porque eu não tinha esse estilo. Um jeans e camiseta bastavam. Com ela aprendi a suavidade do feminino. Eu me moldei para ser mãe dela.  Para corresponder às expectativas dessa criança. 
No fim eu gostei e me descobri. Descobri que gosto do feminino e não de ser feminista. Ela me ensinou a me amar, me cuidar e ser mãe, esposa e filha. 

Que bom!




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